Onde vai chover mais em Minas Gerais após inundações e deslizamentos

Episódios localizados de chuva forte a intensa seguirão castigando o estado de Minas Gerais com transtornos e inundações, mas o risco é menor nos próximos dez dias que durante as duas primeiras semanas do ano, quando episódio da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) favoreceu grandes acumulados de precipitação.

De acordo com dados de estações oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia, os acumulados de chuva nos últimos 15 dias em Minas Gerais somaram 381 mm em Timóteo e 324 mm em Unaí. Várias estações apontaram acumulados no mesmo período de 200 mm a 250 mm.

Com a chuva, o número de cidades mineiras em situação de emergência subiu para 63, de acordo com boletim da Defesa Civil de Minas Gerais da quarta-feira. Uma semana antes, o número de municípios em emergência era de 44.

As mais recentes cidades a ingressarem na lista são Água Boa, Recreio, Acaiaca, Areado, Campo Florido, Mirabela, Claro dos Poções, Pavão, Itabirinha, Guiricema, Argirita, Virgolândia, Mantena, Ferros, São João do Manteninha, Barão de Monte Alto, Presidente Olegário, Cuparaque, Açucena e Espinosa

O número de mortos, desabrigados e desalojados por efeito da chuva também subiu, de acordo com o balanço das autoridades mineiras, que calcula a temporada chuvosa a partir do final de setembro.

Conforme o levantamento, subiu para 26 o número de mortes pela chuva. A 26ª morte foi registrada ontem em Serro, município na região central de Minas. Foi uma idosa que perdeu a vida em inundação.

Até agora, a cidade mineira com maior número de mortes é Ipatinga, no Vale do Aço, com 10. Além desses mortos, três pessoas morreram em Ipanema, Vale do Rio Doce, e duas em Raul Soares, Zona da Mata. Por sua vez, Uberlândia, Maripá de Minas, Coronel Pacheco, Capinópolis, Alterosa, Carangola, Nepomuceno, Santana do Paraíso, Tombos e Glaucilândia tiveram uma vítima cada.

O número de desalojados, pessoas que precisaram desocupar suas casas e se deslocaram para casas de parentes ou amigos, subiu de 3.210 para 3.270. Já o número de desabrigados, aqueles que precisaram deixar suas casas e procurarem abrigo público, cresceu de 343 para 354.

O mapa abaixo mostra a projeção de chuva para 15 dias do modelo ensemble europeu (EPS-ECMWF) em que se observa a tendência de os maiores acumulados de chuva em Minas Gerais nesta segunda metade do mês se darem no Oeste (Triângulo Mineiro) e no Sul do estado.

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Embora os maiores volumes estejam previstos para estas regiões, pontos isolados de outras áreas do estado de Minas Gerais podem enfrentar volumes localmente altos a excessivos de chuva por conta de temporais associados ao ar tropical quente e úmido.

Esses temporais comuns nesta época do ano com a combinação de calor e alta umidade. De dia, o aquecimento solar aquece a superfície da terra, fazendo com que o ar quente e úmido suba rapidamente para a atmosfera em processo conhecido como convecção. O ar em ascensão encontra camadas mais frias, o que provoca a condensação do vapor d’água em nuvens de chuva.

O processo acaba por provocar chuvas localizadas, não raro intensas, e muitas vezes acompanhadas de trovoadas, vento forte e granizo. Os temporais são frequentemente responsáveis por volumes altos de chuva em períodos curtos de tempo, devido à grande quantidade de umidade disponível na atmosfera e à rápida formação das nuvens.

Como as chuvas por convecção são localizadas, podem causar inundações repentinas em áreas urbanas, onde a impermeabilização do solo impede a drenagem adequada da água. Além disso, a intensidade das chuvas pode sobrecarregar sistemas de drenagem e causar estragos significativos em um curto intervalo, além do risco de deslizamentos em áreas de relevo.

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