A primeira matriarca mineira

A primeira matriarca mineiraPublicado em 17/12/2024 às 06:00.Publicidade

Aristóteles Drummond*


A cidade de Pompéu celebrou em grande estilo os 200 anos do falecimento de Dona Joaquina de Pompéu, a primeira matriarca mineira, precursora do agronegócio no Brasil pela dimensão de suas terras e produção. Foi a maior pecuarista de seu tempo. Joaquina Bernarda da Silva Abreu Castelo Branco era o nome inteiro desta figura histórica, nascida em 1752, em Mariana.

Dona Joaquina deixou uma numerosa e ilustre descendência, num suceder de notáveis mineiros e brasileiros. E o destino a fez referência na região central de Minas pela importância de suas atividades, que assumiu com a morte do marido, em 1804, e com talento e firmeza cresceu a ponto de se tornar a maior do mundo agrário mineiro e brasileiro de então.

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Sua notoriedade começou ao promover, desde a região, o suprimento do Rio de Janeiro, que, em 1808, recebeu 20 mil portugueses dos que acompanharam a Rainha D. Maria I e seu filho, príncipe regente, D. João VI, futuro rei de Portugal e Brasil, que fez Reino Unido em 1815. Ganhou tal prestígio e tantos recursos que, mais adiante, colaborou de forma decisiva e generosa com as tropas que defenderam nossa independência na Bahia, até a expulsão do General Madeira. Tinha espírito público, idealismo e patriotismo.

Importante saber que descendem desta extraordinária mulher vultos da história mineira e brasileira, como os homens públicos da relevância de Benedito Valadares, Francisco Campos e Roberto Campos, parlamentares, como Carlos Eloy Guimarães, Ovídio de Abreu e Simão da Cunha, jornalistas, como Lucas Mendes e Alberico de Souza Cruz, e religiosos, como D. Geraldo Sigaud e padre Marcelo Rossi.

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Hugo de Castro Machado, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, fundador e presidente do Instituto Histórico de Pompéu, único mineiro pertencente às duas mais importantes ordens leigas  ligadas a Igreja, Malta e Santo Sepulcro,  tem se destacado na preservação da memória da grande dama e como colaborador da prefeitura e sua secretária de Cultura, Esporte e Turismo nos eventos de preservação da história da cidade e de seus filhos ilustres, como acaba de fazer na programação referente aos 200 anos de seu falecimento.

Exemplo para outras cidades mineiras, muitas com história de ter sido berço de grandes brasileiros, em famílias até hoje presentes na política, nas artes, na literatura e no empreendedorismo.

*Jornalista

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