Vereadores já debatem sucessão na Câmara de SP contando com vitória de Nunes, e PL ameaça romper acordo com Milton Leite

Confiantes na vitória do prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno em São Paulo, lideranças da Câmara Municipal já discutem acordos para a nova composição da mesa diretora a partir do próximo ano. A disputa promete exigir jogo de cintura do emedebista nos bastidores, com ameaça de quebra de acordo entre aliados caso ele seja reeleito.

O PL ensaia romper com o atual presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil), e não apoiar um sucessor do partido com a aposentadoria do vereador das urnas. Parlamentares argumentam que o União Brasil não tem um nome experiente para o cargo depois que Rubinho Nunes virou persona non grata ao aderir à campanha de Pablo Marçal (PRTB).

Dos sete parlamentares que o União Brasil terá a partir de 2025, cinco são nomes novos e apenas dois foram reeleitos — um deles é Rubinho, e o outro, Ricardo Teixeira, demitido por Nunes do cargo de secretário de mobilidade e trânsito, em maio de 2023. Ambos se articulam para ocupar a vaga.

No final de junho, em meio à indefinição do apoio do União Brasil a uma chapa formada por Nunes e pelo coronel da reserva da PM Ricardo Mello Araújo (PL), o diretório municipal do PL, presidido pelo vereador Isac Félix, anunciou publicamente o acordo com Leite. É o próprio Félix quem aparece agora como uma alternativa dentro do partido para o cargo.

Ao GLOBO, Milton Leite disse que o acordo com o PL "continua de pé" e que qualquer vereador tem capacidade de ocupar a presidência da Câmara, mesmo que esteja no primeiro mandato. O político emplacou dois apadrinhados nestas eleições, Silvão e Silvinho, que pegaram até o sobrenome emprestado nas urnas mesmo sem relação de parentesco.

A lista de postulantes ainda conta com João Jorge (MDB), ex-tucano ligado ao ex-governador João Doria e que hoje ocupa a vice-presidência da Casa. Outro nome possível é Rodrigo Goulart (PSD), filho do ex-deputado federal Antonio Goulart. Os dois, assim como Félix, estão há pelo menos dois mandatos na Câmara e demonstram proximidade com Leite.

Até a ida dos paulistanos às urnas, no domingo (6), Rodrigo Goulart era o favorito para emplacar a presidência com a "traição" de Rubinho, mas o desempenho do PSD nas urnas, com apenas três vereadores eleitos, levanta questionamentos entre os parlamentares.

PL, União e MDB, por exemplo, contam com sete vereadores cada. O partido que indicará o candidato ainda é uma incógnita, mas a ideia é que haja um acordo entre toda a base de Nunes para escolher um único nome, com prioridade para as três legendas. Há risco de atritos na ausência de Leite, cuja "capacidade de diálogo" costuma render elogios na base governista.

Jorge, por sua vez, tem como desafio o fato de estar no mesmo partido do prefeito que tenta a reeleição, o que tem potencial de gerar protestos tanto na base aliada de Nunes quanto numa eventual oposição formada por PT, PSOL, PSB, Rede e PV. Outra função de destaque, a de líder do governo, é pleiteada pelo colega Fábio Riva (MDB), que já exerce o posto.

Oposição fala em 'salto alto'

As conversas chegaram aos ouvidos da oposição, segundo o vereador Celso Giannazi (PSOL), líder da bancada do partido na Câmara Municipal de São Paulo.

— Estão bem precipitados e de salto alto, achando que já ganharam a eleição. É o primeiro passo para perder — declarou ao GLOBO.

Ainda que considere improvável uma virada de Boulos contra Nunes, a base governista admite que o resultado "mudaria tudo". Uma fonte ouvida pela reportagem afirma, sob reserva, que a condução dos trabalhos "está muito ligada à figura do prefeito", mesmo com a ampla maioria da direita na composição da Casa.

Nunes apareceu com 15 pontos de vantagem no Datafolha e 18 pontos na Quaest nas prévias de segundo turno contra Boulos, no dia 5 de outubro. Nova medição do Datafolha será divulgada na tarde desta quinta-feira (10), agora com o cenário concretizado.

Após a publicação da reportagem, o vereador Isac Félix afirmou "que o compromisso da aliança PL e União Brasil está de pé" e que os partidos "estão casados". Jorge e Goulart não se manifestaram.

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