Benjamin Netanyahu demite ministro da Defesa de Israel
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, demitiu, nesta terça-feira, o ministro da Defesa, Yoav Gallant após desentendimentos entre os dois sobre a condução da guerra na Faixa de Gaza. De acordo com o jornal Haaretz, Gallant será substituído por Israel Katz, atual ministro das Relações Exteriores. Gideon Sa'ar, que estava sem pasta no governo, assumirá o cargo de Katz.
— Hoje, conversei com o ministro Gideon Saar, que se uniu à coalizão, e ele lhe ofereci o cargo de ministro de Relações Exteriores — informou Netanyahu.
Em um pronunciamento postado nas redes sociais, Netanyahu afirmou que "houve muitas lacunas entre ele e Gallant sobre a gestão das guerras de Israel". O primeiro-ministro disse ainda que uma crise de confiança se desenvolveu entre ele e o até então ministro da Defesa, o que não permitiu a "gestão normal da guerra".
A demissão de Gallant, uma figura poderosa dentro de seu próprio partido, o Likud, é um passo dramático para Netanyahu. Gallant estava sendo cada vez mais visto como um oponente interno, e uma voz mais moderada dentro do governo em questões de segurança. Após o anúncio, em uma declaração em vídeo emitida por seu gabinete, Gallant escreveu nas redes sociais que "a segurança de Israel sempre foi e sempre será a missão de sua vida".
Sua saída também acontece um dia depois de o Exército israelense, então comandado por ele, aprovar novas ordens de alistamento para 7 mil membros da comunidade judaica ultraortodoxa, uma questão muito sensível no país, onde o Exército está sob pressão após mais de um ano de guerra em Gaza.
Após a decisão, centenas de israelenses se reuniram em Tel Aviv para protestar. Gritando palavras de ordem contra o governo e o primeiro-ministro, os manifestantes se reuniram em um centro comercial. Membros da oposição também criticaram o anúncio.
“Política às custas da segurança nacional”, escreveu o presidente da União Nacional, Benny Gantz, ex-membro do extinto gabinete de guerra de Netanyahu.
"Um ministro da Defesa que anuncia ordens de recrutamento para milhares de haredim é demitido no meio de uma guerra na véspera de um ataque [iraniano esperado] por causa da lei de evasão", acrescentou Gantz.
"Vão para as ruas”, postou no X o presidente do Democratas, Yair Golan, após o anúncio.
“Política às custas da segurança nacional”, escreveu o presidente da União Nacional, Benny Gantz, ex-membro do extinto gabinete de guerra de Netanyahu e um antigo opositor de Netanyahu.
Publicamente, apenas o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, de extrema direita, concordou com a decisão de Netanyahu, afirmando que "não é possível alcançar a vitória absoluta" com Gallant no cargo.
— O primeiro-ministro fez bem em removê-lo do cargo — disse Ben Gvir, que já havia pedido a saída de Gallant em diversas ocasiões.
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