Nesse ano de 2021 fomos marcados pelo retorno do movimento artístico cultural brasileiro depois da intensa crise cultural, econômica e social causada pela pandemia da Covid-19. Nesse cenário a lei da Emergência cultural, ou mais conhecida Lei Adir Blanc (Lei 14.017/20), teve um papel muito importante no incentivo aos artistas que dedicam seus talentos para a criação artística.
Neste início do ano de 2022, nosso destaque para o cenário artístico cultural brasileiro, vai para a artista amazonense de 23 anos idade, Rosália Beatriz Sales Guimarães.
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A jovem cineasta nasceu em 1998 no município de Novo Airão – Amazonas, e foi para o Rio de Janeiro se especializar em edição cinematográfica após juntar economias com a as vendas da mãe, que é empreendedora, e o apoio do falecido pai, que era professor.
“…Desejo revelar ao mundo através do filme “Cabocla Mariana” as experiências que vivi ao longo de 20 anos acompanhando os processos de cura, como exemplo: paralisia, picadas de cobras, malária, dengue e até mesmo casos de câncer em estado terminal, realizadas pela Cabocla Mariana por intermédio da minha avó, conhecida como Mãe Rosa,
uma curandeira de 72 anos de idade. A Cabocla Mariana é uma entidade da encantaria que segundo os ditos populares, um
navio vindo da Turquia, naufragou em pleno Rio Negro, na praia dos lençóis maranhenses, e afogou as três princesas da Turquia: Jarina, Erondina e Mariana, hoje incorporada em processos de cura de pacientes que vem se consultar em sua cabana ao lado do igarapé Santa Rosa, na Comunidade São Domingos, localizada em Novo Airão – Amazonas”, conta Rosália Guimarães, em relato sobre como foi sua inspiração para realizar o filme “Cabocla Mariana”.
Mãe Rosa em sua Cabana na Comunidade São Domingos – Amazonas
Além da sensibilidade de uma diretora feminina, que revela de maneira inédita, a história de uma religiosidade brasileira íntima, através da relação de uma neta que demonstra o cotidiano junto a própria avó, se destaca também, o mestre em antropologia pela Universidade de Barcelona, Sérgio Lobato, que traz junto a poética da diretora, um olhar antropológico para o filme “Cabocla Mariana”. Sérgio Lobato assina a direção de fotografia do documentário. A produção é assinada por Eric Max, e a direção de arte é assinada pelo artista Ananias de Caldas.
Nesta obra podemos perceber a rica mesclagem entre o olhar jovem de Rosália Guimarães, a trajetória envolvente de sua avó, a curandeira Mãe Rosa, e a experiência em pesquisa de saberes tradicionais do Diretor de Fotografia Sérgio Lobato, além da dinâmica em produção do ator Eric Max, e da vasta experiência em direção de Arte de Ananias de Caldas.
Nesta sexta, 17, o canal do youtube oficial do filme de gênero documentário “Cabocla Mariana” publicou o primeiro vídeo que revela alguns momentos inéditos do filme: “Cabocla Mariana Doc”,
O “Cabocla Mariana Doc.” vai estar nos festivais nacionais e internacionais deste ano de 2022, competindo com o gênero documentário de cultura popular e saberes tradicionais.
É uma estreia lendária, pois marca o nascimento de uma jovem artista no mercado cinematográfico: Rosália Guimarães, e a estreia de uma entidade feminina muito importante para a cultura popular espiritualista brasileira amazonense: Mãe Rosa.
Conheça a sinopse do filme “Cabocla Mariana Doc”:
Rosália do Nascimento Sales mais conhecida como Mãe Rosa, ou simplesmente Dona Rosa, é uma curandeira, benzedeira, amazonense, de 72 anos de idade, que realiza seus trabalhos de cura no interior do Amazonas na Comunidade São Domingos, fundada por sua família, em especial por seu falecido marido Domingos Correia Sales.
Mãe Rosa recebe doentes desde que descobriu seu dom para o curandeirismo. Suas práticas de cura são baseadas nos saberes tradicionais dos povos indígenas, e em uma entidade umbandista que ela recebe, conhecida como Cabocla Mariana, o que dá o nome ao seu terreiro: Casa de Cabocla Mariana por Mãe Rosa. O terreiro atrai pessoas de todo o mundo, que tem interesse em realizar experiências espirituais, e práticas de cura natural, com ervas medicinais, rezas, cantorias e saberes populares indígenas.
O curta-metragem documentário “Cabocla Mariana” é uma homenagem à esta mulher que é uma anciã dos saberes ancestrais do Amazonas.
Viva Mãe Rosa, viva Cabocla Mariana, viva a cultura amazonense.
Confira a galeria de imagens inéditas do filme “Cabocla Mariana”.
Este projeto foi contemplado pelo
PROGRAMA CULTURA CRIATIVA – 2020/LEI ALDIR BLANC – PRÊMIO ENCONTRO DAS ARTES” DO
GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS, com apoio do GOVERNO FEDERAL – MINISTÉRIO DO TURISMO –
SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA, FUNDO NACIONAL DE CULTURA.
A produção do “Cabocla Mariana” foi assinada pelas produtoras Cambará Filmes e Borboleta Azul Filmes.