A pororoca, também chamada de macaréu ou mupororoca, é como é chamado o choque das águas de um rio caudaloso (correntes fluviais) com as ondas (águas oceânicas), durante o começo da maré enchente.
A palavra pororoca tem origem indígena e significa estrondo. Esse fenômeno ocorre na Amazônia.
A pororoca pode ser vista na foz do rio Amazonas e seus afluentes no litoral do Pará e Amapá, rio Guamá, rio Capim, rio Moju, rio Araguari e rio Maiacaré, e também na foz do rio Mearim, no Maranhão.
Na pororoca, o choque das águas é tão intenso que os leitos dos rios se modificam e árvores são derrubadas.
Há diversas explicações para o fenômeno, contudo, a principal associa a força das águas à mudança das fases da lua. Essa mudança se intensifica nos equinócios, aumentando a propensão de massa líquida dos oceanos, o que causa o grande impacto da pororoca.
A lenda da pororoca
Há uma lenda amazônica sobre a pororoca. A lenda diz que antes as águas do rio eram calmas e as canoas navegavam tranquilamente e sem perigo.
A Mãe D’água morava com sua filha mais velha da ilha do Marajó quando em uma noite roubaram Jacy, a canoa preferida da família.
A Mãe D’água procurou por todo canto a canoa e não encontrou. Foi aí que convocou seus filhos, Correnteza, Rebujo, Remanso, Preamar, Reponta, Repiquete, Maré Mora e Maré Viva, para acharem a embarcação.
Passaram-se anos e nada da canoa. Assim, resolveram chamar os parentes mais distantes, Rios, Baías, Igarapés, Lagoas, Lagos, Enseadas, Sangradouros, Angras, Fontes, Golfos, Canais, Córregos, Estreitos e Peraus, para discutir o caso.
Na reunião resolveram criar a pororoca, que seriam ondas fortes que entrariam por todos os buracos e causaria destruição para achar Jacy. Foi assim que a lenda conta que teria começado o fenômeno. Como ninguém sabe de Jacy, a pororoca continua todos os anos.
Fenômeno é propício para surfistas
Por conta da intensidade das ondas, o período em que ocorre a pororoca é propício ao surfe.
Assim, surfistas de todo o mundo vão para a região amazônica que também possui sua atividade turística aquecida.
O município que mais recebe visitantes durante a pororoca é São Domingos do Capim, no Pará.
A cidade, banhada pelo rio Amazonas, fica a 135 quilômetros da capital, Belém, e sedia todos os anos entre março e abril um campeonato de surfe nas ondas da pororoca.
Os surfistas ficam horas no rio esperando as melhores ondas e há até mesmo surf noturno.
As ondas podem chegar a até seis metros de altura e atingir a velocidade de trinta quilômetros por hora.
A pororoca pode ser prevista com cerca de duas horas de antecedência. Isso porque, a força da água no encontro do rio com o oceano provoca um barulho inconfundível e muito forte.
Além do campeonato de surf, há outros eventos esportivos e atrações musicais.
Pororoca não existe mais no rio Araguari
Por conta da criação de búfalos que fez com que fossem feitas valas que drenaram o curso da água, a pororoca não existe mais no rio Araguari, no Amapá.
A criação de búfalos fez com que a profundidade do rio diminuísse bastante. Antes todo o percurso do rio era navegável, mas agora a vegetação começou a cercar a área e o rio fechou de vez.
O processo é difícil de reverter e precisaria de investimento em pesquisas para que os canais fossem fechados e o rio voltasse a ter a força anterior.