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4 Mitos Sobre o Aquecimento Global Desmentidos Pela Ciência

A mudança climática é um fenômeno que nosso planeta vem experimentando há 150 anos.
E, embora nas redes sociais abundem mensagens que rejeitam a ideia de sua existência ou que os humanos tenham alguma implicação, a evidência científica demonstra não apenas que ela está acontecendo, mas também que está avançando de forma acelerada.

Para os especialistas, a disseminação de informações incorretas ou enganosas é um problema, pois essas crenças podem atrasar as medidas necessárias para combatê-la. Neste artigo, mostramos 4 afirmações falsas sobre a mudança climática, desmontadas pela ciência.

1 – As mudanças climáticas não existem

Para os meteorologistas, é impossível negar que nosso planeta está passando por um processo de aquecimento desde o final do século XIX. Diferentes medições independentes demonstram que a Terra esquentou no último século e concordam que, em média, a temperatura global aumentou 1,1 graus Celsius desde 1850.

Esse aquecimento está tendo consequências amplas: os oceanos estão aquecendo e o nível do mar está subindo, algumas espécies estão desaparecendo e o fornecimento de alimentos está em risco. A causa apontada é a emissão de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, que aumentaram consideravelmente com a revolução industrial, em meados do século XIX.

É a atividade industrial humana que causou um aumento de 50% na quantidade de CO2 na atmosfera em menos de 200 anos. Estima-se que as concentrações médias de CO2 na atmosfera superaram 400 partes por milhão.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, esses níveis de dióxido de carbono não existiam há milhões de anos. Martin Siegert, especialista em geofísica e mudanças climáticas do Imperial College em Londres, concorda com essa afirmação e diz que os níveis atuais de CO2 na atmosfera são comparáveis aos registrados durante o Plioceno, “entre 5 e 3,5 milhões de anos atrás”, quando, em certo ponto, a temperatura foi 4 graus Celsius superior à atual e o nível dos oceanos era 20 metros mais alto.

2 – As mudanças de clima atuais são naturais

Desde que a Terra existe, o clima global passou por períodos naturais de aquecimento e resfriamento. Sabemos que ocorreram várias eras glaciais ao longo de milhões de anos, muito antes de existirem seres humanos.

Um desses ciclos (naturais) que coincidiu conosco recentemente ocorreu entre os séculos 14 e 19, no que os cientistas chamam coloquialmente de “Pequena Era do Gelo”, um período em que as geleiras montanhosas se expandiram devido à queda global das temperaturas.

Por sinal, essa chamada “Pequena Era do Gelo” precedeu o atual período de aquecimento, que começou no século XIX. A preocupação é que o processo está acontecendo de forma muito rápida e contínua, coincidindo com o período em que os humanos começaram a produzir mais gases de efeito estufa, o que leva os especialistas a concluir que esse padrão de aquecimento global não pode ter uma causa natural.

De acordo com dados da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos), a temperatura da Terra aumentou, em média, 0,08 graus Celsius por década desde 1880 até o presente. Esse aumento é impulsionado principalmente pelos registros meteorológicos das últimas quatro décadas. Os 10 anos mais quentes desde que os registros começaram ocorreram a partir de 2010, sendo 2023 o ano mais quente de todos, com um aumento médio de 1,4 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, segundo a Organização Meteorológica Mundial.

3 – Os níveis do mar não estão subindo

Entre os que questionam a mudança climática, existe a ideia de que os níveis do mar “continuam os mesmos”; mas isso não é compartilhado pelos principais institutos científicos do mundo. A NASA, a agência espacial dos EUA, tem monitorado os níveis dos oceanos através de medições por satélite desde 1993 e, nessas observações, garante que houve um aumento superior a 100 milímetros no nível do mar desde aquele ano.

Em 2022, o nível médio dos oceanos, de acordo com essas medições, foi de 101,2 milímetros acima do nível médio de 1993. Quando se analisam os últimos 100 anos, com base em registros anteriores, o nível médio do mar já aumentou entre 160 e 210 milímetros. A causa apontada é o derretimento das geleiras e das calotas polares, que aumentaram o volume de água nos oceanos. Além disso, a água tem a propriedade de se expandir quando aquecida, o que também contribui para o aumento do nível dos mares.

O aumento do nível do mar, assim como o aumento das temperaturas superficiais, também está acontecendo de maneira acelerada, tornando as populações costeiras mais suscetíveis a inundações. Um exemplo citado pela NOAA é que as inundações de maré alta nos estados costeiros dos Estados Unidos são agora entre 300% e 900% mais frequentes do que há 50 anos, influenciadas por fatores como erosão, bombeamento de petróleo, águas subterrâneas e o afundamento da superfície terrestre.

4 – A mudança climática não é um problema global

Muitos usuários nas redes sociais se referem à mudança climática como um “problema dos países desenvolvidos”, ou até afirmam que é um “complô” dos países ricos para impedir o crescimento das economias em desenvolvimento. Mas a mudança climática é um problema global com consequências desiguais.

Os principais produtores de gases de efeito estufa são as economias mais industrializadas: Estados Unidos, China, Reino Unido e países europeus. No entanto, as consequências climáticas estão afetando os países em desenvolvimento, que são os que menos contribuíram para criar o problema.

Centros de pesquisa climática, como a NASA, alertam que ondas de calor sem precedentes, tanto em terra quanto nos oceanos, estão aumentando a frequência de incêndios florestais, secas prolongadas ou inundações causadas por furacões e chuvas torrenciais.

O Fundo Monetário Internacional advertiu em 2022 que os países mais pobres enfrentam maiores riscos e têm menos capacidade de se adaptar às mudanças climáticas. Por isso, há uma crescente pressão para que os países ricos financiem ações que reduzam o impacto de suas atividades industriais no meio ambiente e ajudem os países em desenvolvimento a lidar com os danos já causados.

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